sábado, abril 04, 2015

OPINIÃO: ARARIPINA ESTÁ PREPARADA PARA RECEBER UMA FACULDADE DE MEDICINA?

Foto: Everaldo Paixão
Essa semana duas notícias (uma regional e uma nacional), que já dividem opiniões, torna mais difícil uma solução para a já debilitada saúde na Região do Araripe, já que o cenário nacional também é um exemplo do caos que enfrenta a área, principalmente pelos desvios dos recursos que deveriam ser investidos para melhorar a qualidade da assistência aos brasileiros e também pelo descrédito de algumas instituições de formação, que têm trazido para o campo das atividades da saúde, profissionais altamente despreparados.
A primeira notícia, é que o CREMEPE – Conselho Regional de Medicina de Pernambuco diagnosticou várias irregularidades nas Unidades de Saúde da Região do Araripe; a segunda, que Araripina, que engloba a regional, foi sorteada para receber o curso de medicina, num Edital de Chamamento que faz parte do Programa “Mais Médicos”.
A segunda notícia: a relação municípios que poderão receber cursos de medicina incluem em sua lista, três cidades sertanejas de Pernambuco: Araripina, Salgueiro e Arcoverde. Segundo o governo, estudos apontam que ter cursos de medicina e residência médica contribui para a fixação de médicos na região.
As prefeituras pré-selecionadas que tiverem interesse em receber a faculdade devem confirmar participação entre os dias 13 e 24 deste mês pelo endereço eletrônico http://simec.mec.gov.br.

Muito bem:

·        O governo fará vistoria para saber se o local apresenta a infraestrutura necessária a um curso de medicina;
·        Para conseguir a autorização para abrir a faculdade de medicina, a instituição de ensino deve se comprometer a beneficiar a rede de saúde, dizendo especificamente o que vai fazer no local e, ainda, programar a abertura de residência médica no município;
·        A seleção leva em conta critérios como não ser capital e ter mais de 50 mil habitantes, a inexistência de curso de medicina no município e na região próxima, e a cidade ficar a, no mínimo, 75 quilômetros de distância de outra que tenha o curso;
·        A infraestrutura da cidade para receber os novos cursos também foi considerada para a seleção
Ouvindo vários agentes da área de saúde, inclusive profissionais médicos, eles não vêm com bons olhos à ideia, justamente pela falta dessa estrutura que não tem as mínimas condições de garantir uma formação adequada para o profissional médico que vai lidar com vidas humanas. Isso para eles, é motivo de preocupação e receios, porque o resultado do desastre com a liberação de instituições frágeis e despreparada, são os profissionais de quase todas as áreas que atualmente têm vindo para o mercado de trabalho, despreparados e desnorteados. Falta agora, segundo eles, preparar os profissionais da área médica, por cursos á distância.
Para outros, esforços no sentido de melhorar a assistência principalmente aos Usuários do SUS, trariam benefícios que muitos preferem não enxergar, e isso evidente criariam chances maiores dos governos federal e estadual, de serem obrigados a investir numa área que já esta defasada e precisa urgentemente de um olhar mais clínico. Isso evidente começaria pelos órgãos de fiscalização que em sua maioria, faz vista grossa na hora de aprovar ou reprovar uma instituição que funciona de forma precária, e o próprio editor deste, é prova dessa prática usual.
Uma leva de profissionais provenientes de outros estados que também não podem se gabar de investimentos em suas faculdades, tem chegado principalmente a nossa região, com a função apenas de encontrar cobaias para os seus aperfeiçoamentos. Como se fôssemos laboratórios para experiências.
Bem, tragédia ou não, benefício ou não, acertando ou errando, o que podemos fazer e esperar para melhorar a saúde aqui pertinho da gente. Uma experiência que vou contar para todos vocês, bem distante daqui, precisamente na capital do nosso Estado, traz o que tem de mais doloroso e mais desumano, que alguém possa imaginar de como tem sido tratado a nossa gente, por esse Brasil afora. Mas é preciso também fazer uma reflexão de que palavras bonitas, experiências vividas, e comodismo, não resolverão o problema da saúde no país. Os recursos precisam ser fiscalizados para que os atendimentos às pessoas mais necessitadas cheguem de forma mais universalizada como preconiza o SUS, e isso quando fazemos, é apenas usando os nossos velhos argumentos em redes sociais no conforto da nossa poltrona. Quando existe um chamamento para a luta, ninguém tem a verdadeira coragem de enfrentar. E não é assim que podemos mudar as coisas. Tudo poderia ser bem diferente se saíssemos do corporativismo das bandeiras desfraldadas. Começando aqui, pertinho de nós.
Aí eu pergunto: ARARIPINA ESTÁ PREPARADA PARA RECEBER UMA FACULDADE DE MEDICINA?


Com a palavra; você!

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